A CRISE É NO POVO BRASILEIRO
Houve época em nosso país em que os estudantes não eram apenas estudantes, metalúrgicos apenas metalúrgicos. Tinham ideais em comum. Os cidadãos lutavam por uma democratização que parecia utópica. Mas lutaram. Saudades de uma época que não vivi! Na democracia hodierna, temos novos estudantes e novos metalúrgicos, não como antes. A esquerda tão ferrenha, daquela época, hoje chegou ao poder. E novos paradoxos nos desafiam. Não vemos tantas agitações nas ruas como antes, será que ficamos mais civilizados ou mais tolerantes com o intolerável? Cadê os apitaços? Qualquer deslize naquela época era motivo para um alto e sonoro FORA! A corrupção não é moderna. Ela não mudou. Quem mudou fomos nós. Nossos políticos dizem; “ Eu não sabia...” e nós aceitamos. Há quem os apóiam e os transformam em coitadinhos. O que está acontecendo com nosso senso crítico? Eles estão nos empurrando uma cultura em que não precisamos mais manifestar. E manifestar não é tão somente pintar o rosto e por um apito na boca. Manifestar é combater com idéias, ter um senso formado sobre a política, é exprimir sua satisfação com aquele político nas urnas. Mas não, essa nova cultura que nos afeta e ata nossas mãos, diz para não nos preocuparmos mais. São todos iguais mesmo, não é? O Presidente do senado erra, alguns senadores o defendem, o Presidente da República o apóia e o povo brasileiro se cala! Está tudo bem! É sério, tudo bem.
Erick L. Sudré, Publicado no jornal O UNIVERSITÁRIO do mês 10 de 2009
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